terça-feira, 28 de outubro de 2008

DEPRESSÃO

Dados da Infarmed informam que o consumo de antidepressivos tem vindo a aumentar drasticamente em Portugal nos últimos anos. O tratamento a que mais se recorre são os psicofármacos com todos os custos ao nível de efeitos secundários que se conhece, quer de habituação, dependência ou de uma variedade de sintomas que produzem ao nível físico, já para não falar dos custos financeiros ao nível do Sistema Nacional de Saúde.
Alguns dos sintomas de depressão podem ser:
  • A tristeza, o pesar e uma enorme angústia, sem por vezes perceber o motivo;
  • A ausência de alegria e prazer, que pode chegar à falta de apetite sexual;

  • Os sentimentos de auto-desvalorização, em relação à própria imagem e performance a vários níveis: quer pessoal, físico ou profissional;
  • A perda de esperança e desânimo, em que a pessoa só consegue pensar a sua vida através de aspectos negativos, e em que não valoriza os positivos.
  • A falta de energia vital, em que se torna difícil levantar todos os dias para as suas tarefas e actividades habituais. É como se não se encontrasse motivos para se levantar e agir.
  • Os sentimento de insensibilidade. À medida que a depressão vai ficando mais acentuada, a pessoa poderá começar a deixar de conseguir despertar sentimentos em si própria, originando sentimentos de vazio;
  • Culpa. Em alguns casos a pessoa não percebe o porquê deste sentimento, mas também se poderá sentir-se culpada por se estar a sentir mal, quando aos olhos dos outros não tem motivos para tal;
  • Desejos de suicídio. Numa situação extrema quando todos os outros sintomas são sentidos de uma forma muito intensa a pessoa poderá começar a pensar que não existem motivos para viver.
  • Alterações de apetite ;
  • Alterações no peso, que dependendo do anterior também irá variar para perda ou aumento do mesmo.
  • Alterações no sono.

A Depressão, todos nós já a sentimos pelo menos uma vez durante a vida. Faz parte do processo de crescimento e amadurecimento de uma pessoa. Não se cresce sem dor, e por vezes durante esse processo podemos sentir sintomas depressivos. A vida tal como a conhecemos não é perfeita e temos que estar preparados psiquicamente para as oscilações que ela oferece. Perdas de emprego, dificuldades financeiras, dificuldades no casamento, filhos, divórcios, morte ou luto são apenas alguns dos exemplos que podem levar uma pessoa a ficar deprimida. Também se pode ficar deprimido sem razão aparente, apresentando todos os sintomas sem no entanto conseguirmos perceber qual o motivo real. Acontece normalmente quando o motivo real é recalcado no nosso inconsciente.
Deve-se olhar para a depressão como um sinal de alerta de que algo na vida da pessoa não está bem e com o qual a pessoa não está a conseguir lidar, tendo em conta a sua história de vida, o contexto sócio-cultural em que se insere e o seu desenvolvimento enquanto pessoa, de forma a ajudá-la a ultrapassar o problema.
É importante salientar que os sintomas de depressão também estão relacionados com carência de alguns neurotransmissores como a noradrenalina e a serotonina entre outros, daí o tratamento com fármacos ter sido nesta última metade do século tão utilizado, já que “interferem com a recaptação sináptica de um ou mais neurotransmissores” (Infarmed). No entanto também já se chegou à conclusão que hábitos de vida saudáveis, como a alimentação rica em Omega-3, exercício físico, principalmente ao ar livre, também promovem o aumento de neurotransmissores que são responsáveis pela promoção do bem estar psíquico.
Por isso já sabe, para prevenir uma Depressão, opte por bons hábitos alimentares, ricos em Omega-3, faça regularmente exercício físico, dê bons passeios ao ar livre, com horários de sono equilibrados. Como sabemos que por vezes isso não é de todo suficiente, sempre que reconheça em si os sinais acima mencionados, não deixe de procurar ajuda técnica. Apesar de ser comum à maioria das pessoas passar por uma depressão, não é fácil recuperar sozinho, causando grande sofrimento, quer físico ou psíquico, diminuindo a qualidade de vida e o bem estar da pessoa.

A Imagem é da autoria Cathie Sykes (retirada de wwww.culturalawards2008.lgsa.org)