quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Espaço para esclarecimentos e opiniões


Este espaço é dedicado a SI.
Aqui poderá colocar as suas dúvidas, solicitar esclarecimentos ou até mesmo partilhar algumas emoções.
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37 comentários:

Unknown disse...

Tenho 3 filhos, e o mais velho fez 13 anos recentemente. Tem vindo a criar vários problemas a nível de comportamento, principalmente nas aulas. Já recorri a diversos tipos de ajudas como a psicóloga da escola, pedopsiquiatria na equipa da Lapa pertencente ao Hospital da estefânia ( que infelizmente é de 2 em 2 meses ), castigos, conversas...etc.
Até agora não consegui resultados satisfatórios. O próprio pedopsiquitra diz que o meu filho não se deixa ajudar, pelo que não pode fazer nada. Tem uma agressividade passiva, entrando em confronto com os outros, considerando que ele é que está certo e é a vítima. Todos os outros estão errados, e são os causadores da infelicidade e o mau comportamento, incluindo os professores. É difícil manter-se quieto nas aulas, conversa demais, distrai-se com facilidade e quando é chamado a atenção, responde como se tivesse toda a razão do Mundo.
Quando se fala em retirar isto ou outra coisa qualquer que aprecie, como um castigo, parece que pouco se importa, apesar de se notar que fica revoltado. Mas apesar da irreverência ele é meigo e ajuda-me imenso quando acha que é necessário. Note-se que sou divorciada e há 3 anos que tenho sido mãe, pai e amiga para os filhos. Mas já antes do divórcio, havia reflexos de irrequietude na escola. O pai pouco aparece e não dá apoio ou estabilidade emocional aos filhos, pouco se importando com o que acontece. Entre o bombardeamento constante da escola e a minha vida privada que é em função dos 3 filhos, tento ír ao impossível para conseguir manter a serenidade e colmatar todas as falhas psicológicas dos meus filhos. Está a ser desgastante e temo que as forças me faltem por exaustão. Já não sei o que fazer. O pedopsiquiatra tirou-me a esperança, quanto ao poder ajudá-lo, depois de ter medicado o Concerta, e mesmo assim, continuar com a revolta e irreverência quotidiana.
Se for possível gostaria de saber se ainda há alguma entidade que me possa ajudar a este nível.
Muito grata pela atenção que possam dispensar.

Anónimo disse...

Boa noite Dora,

Acho muito interessante tudo o que me descreveu e percebo que para si deve ser muito dificil controlar a situação de criar 3 filhos sozinha, e é claro que faz muito bem em solicitar ajuda.

Quanto à questão que me coloca relativamente ao seu filho de 13 anos, gostaria de descansá-la e esclarecer que está sempre a tempo de resolver essa questão e CLARO QUE HÀ AJUDA POSSIVEL.

Não conheço a vossa história de vida, mas percebo que para uma rapaz dessa idade crescer com um pai ausente, ser o mais velho dos irmãos o possa tornar irreverente e agressivo, quanto mais não seja para provocar e chamar a atenção para algo que dentro dele possa estar em falta. Claro que poderá não ser apenas isso, mas só estando com ele é que poderia verificar e ter uma ideia mais assertiva, no entanto estamos a falar de um menino de 13 anos e SIM, ainda há muito a fazer.

A RITALINA está muito na moda, e infelizmente são muitos os técnicos que a utilizam e por vezes até prescrita de forma negligente. E infelizmente também, há muitos psiquiatras (ou pedopsiquiatras) que se centram só no sintoma que o paciente apresenta, tratando-o apenas com medicamentos e esquecem-se que por detrás do sintoma existe uma pessoa, com o seu funcionamento próprio, as suas capacidades,as sua defesas, com uma uma história de vida que fazem toda a diferença e é aí que o técnico se deve centrar. É assim que a Psicologia funciona.

Estarei ao seu dispôr se assim o entender,
MªJoão Moura

jeni cleide disse...

Ola Maria João Moura!
Tenho uma filha de 4 anos,Maria Júia,muito inteligente,amorosa,esperta,mas nada delicada.Adora brincar,é muito comunicativa,o problema é o pânico q ela tem de frequentar a escola,ja frequenta a quase 2 anos,mas o tempo não a fez melhorar.É muito dificil pra ela soltar minha mão e ir pra sala,eu nunca a trouxe pra casa nesses momentos,tento incentiva-la de varias formas,nada adianta.Ela chega a suar, ter dor de barriga, gritar, mas sempre na hora q chega,depois q vou embora ela melhora.No dia seguinte ela promete q vai melhorar mas repete tudo,ao acordar já começa a perguntar se vai pra escola,pede pra não ir,tem diarreia as vezes, em fim ...Meu atual marido fala q ela é muito apegada a mim ,q a educo com amor exagerado e q tenho q ser mais firme nas minhas atitudes, não sei.Não teve nenhum problema nas outras escolas,essa é a terceira q frequenta. Estou ficando desesperada, por favor me ajude!!!!!!!!!!!!!
Antecipadamente:
Obrigada.

Anónimo disse...

Bom dia Jeni,

O problema da rejeição em relação à escola é comum em muitas crianças, mas os motivos para cada uma delas pode ser diferente, e só com o acompanhamento necessário é que se poderia verificar qual o real motivo para essa rejeição. Para já, apenas posso indicar hipóteses.

Disse que este problema só apareceu nesta escola. O motivo poderá prender-se com algo que se esteja a passar nessa escola, ou com alguma mudança que tenha ocorrido na vida da criança que coincida com a entrada para essa escola.

Se o problema se mantiver, e não tiver a devida intervenção poderá originar uma fobia escolar, ou seja uma recusa à escola e a tudo o que tiver a ver com ela, nomeadamente os estudos.

Para já aconselho acompanhamento imediato à criança para se perceber o porquê desse comportamento e se possível alterá-lo de forma a ter uma boa integração escolar.

Cumprimentos

Anónimo disse...

ola bom dia estou a passar a pior fase com o meu filho ,ele tem oito anos ja nao sei mais o que fazer sou divorciada a mais ou menos 3.estes 3 anso que tento que ele durma sozinho sem ter tido sucesso mas ontem entre muitas vezes foi demais chorou magou se de preposito e so dizia " porque eu porque é que eu nasci" depois de tanto o mandar para acama ele disse que queria ir para a casa do pai ao qual eu respondi se vais nao voltas( ja nao e a primeira vez que o diz) e ele disse ves tu nao gostas de mim é assim tao facil me mandares embora no meio da discução dei lhe uma palamda no rabo e ele disse " va mata me" meu deus eu fiquei sem palavras depois falei ou tenetei falar com ele mas ele sempre a dizer vai sai daquei eu nao mereço uma mae como tu eu sou um mau filho eu nao sei fazer nada enfim nada de bom. mas o que eu preciso mesmo é que me recomendem um bom psicologo infantil na zona de guimaraes com urgencia

Maria João Moura disse...

Boa tarde,
Um bom acompanhamento psicológico é a melhor forma de se perceber o motivo das reacções do seu filho, desta maneira poderei apenas apontar algumas linhas gerais.
O comportamento que descreve, aparenta ser o de uma criança que está a sofrer de angustia de separação, e encara essas separações como uma rejeição a ela própria. Quando rejeita dormir sozinho, é como se tentasse regredir a uma idade menor de forma a obter as sensações de conforto emocional que neste momento não sente. No discurso que a criança tem, é como se procurasse uma confirmação de que realmente não gostam dele.
Não sei em que contexto se deu o divórcio, se o seu filho tem ou não uma boa relação com o pai, e se esta situação começou após o divórcio ou antes, estas são algumas questões que depois deverá esclarecer com o psicólogo que o acompanhar.
Para já aconselho a que tenha para com ele uma imensa calma. Terá que aos poucos transmitir-lhe segurança, demonstrando que gosta dele. Atenção que, não estou com isto a dizer que não o faz já, no entanto deve reforçar essa ideia junto dele.
Quanto a indicar-lhe um psicólogo em Guimarães, infelizmente não o poderei fazer, porque não conheço. Sei que no portal de psicologia existe um directório de psicólogos por regiões - www.psicologia.com.pt/directorio, que apesar de não ter indicação de Guimarães, poderá ter noutras regiões relativamente perto, ou então poderá recorrer às páginas amarelas www.pai.pt

Atenciosamente

Unknown disse...

Bom dia Dra..
Estou um pouco assustada com o comportamento do meu filho de 6 anos e resolvi escreve-lhe no sentido de ouvir a sua opinião. Sou divorciada há 5 anos (desde o 2º aniversário do meu filho), mas, ao contrário de outras pessoas cujos comentários pude ler aqui, o pai tem sido presente na educação dele. `Há 2 anos tive de me deslocar para o Norte do País, por motivos profissionais, e o meu filho frequentou lá o 2º 3 º ano do Jardim de Infância. Como estranhou imenso esta mudança (somos do Alentejo)rejeitava a Escola, chorava compulsivamente e não comia. Foi acompanhado por uma psicóloga que o NOS ajudou bastante e disse-me que o meu filho tinha um comportamento manipulador e uma inteligência acima do normal, embora se revelasse emocionalmente instável. Devido à sua tenra idade (4 anos)não lhe era possível continuar o acompanhamento. Este ano entrou para o 1º ano e eu estou na minha casa, voltei para o Alentejo. Apesar de estar no seu meio e de ser acompanhada à escola por mim e pelo pai, na 2º semana começou com os sintomas de rejeição: chore assim que acorda, diz-se cansado e aborrecido, tem dores de barriga, chora compulsivamente e treme, soluçando constantemente. Isto só acontece no momento da "separação" na Escola, pois quando o vamos buscar ele está contentíssimo, comeu bem e conta-nos entusiasmado o seu dia. Gosta de aprender e faz bem os seus trabalhos. Eu e a professora estamos preocupadas. Está ele a manipular-me? Devo procurara ajuda psicológica para o meu filho de imediato ou será melhor esperar mais uns dias e continuar a tentar tranquilizá-lo e acalmá-lo?
Muito obrigada pela atenção dispensada.

Maria João Moura disse...

Olá Maria,

Antes de mais peço desculpa pela demora na resposta, mas nem sempre me é possível responder atempadamente, no entanto farei os possíveis para minimizar estas situações.
Já aqui salientei o facto destas opiniões serem apenas baseadas nas breves descrições que apresentam, não sendo por isso possível garantir um diagnóstico, nem substituir uma ida ao psicólogo.
Quanto à questão que coloca, existem muitas crianças que reagem negativamente às alterações no seu dia-a-dia. E uma mudança como a que descreveu poderá ter sido o impulsionador desse comportamento, no entanto o normal seria a criança ao fim de algum tempo ter-se adaptado.
Quanto ao facto de ser manipulador e inteligente, a maioria das crianças tem essas características mas dentro do razoável, aqui o papel do adulto será o de limitar o seu campo de acção e não se deixando manipular, impondo regras e limites de forma a evitar a omnipotência que uma criança por vezes pode adquirir, trazendo-lhe segurança ao nível emocional.
O facto de a criança ter apenas 4 anos de idade, não é impeditivo de ter acompanhamento psicológico, muito pelo contrário, se a criança apresentava as características que descreveu, quanto mais cedo fosse a intervenção, menor era a probabilidade destas aumentarem. É natural que passados mais 2 anos e sem acompanhamento, a situação se tenha agravado. Por isso aquilo que neste momento aconselho é a procura imediata de um psicólogo para que se possa fazer uma nova avaliação da situação (até despistar se a criança é ou não sobredotada, atendendo ao que a outra psicóloga disse) e iniciar um acompanhamento de forma a organizar a criança emocionalmente e ajudar os pais a saberem lidar com a situação.
Poderá também consultar http://mariajoaomoura.blogspot.com/2008/02/psicologia-e-desenvolvimento-infantil.html , para perceber a importância da introdução de regras e limites na vida emocional da criança. É importante que os pais saibam dizer NÃO e que a criança sinta que quem tem a autoridade são os pais e não ela, de forma a se sentir segura.

Espero ter ajudado de alguma forma,
Cumprimentos,
Maria João Moura

Anónimo disse...

Boa tarde...
Estou com um prblema com a minha filha que tem 4 anos. Ela ja anda na pre-escola faz agora dois anos. Este ano cada vez q vou à escola a educadora e a auxiliar dizem me q ela se portou mal (puxou os cabelos, bateu, pus-se em cima da mesa...). Mas a educadora tb me diz que ela é muito perspicaz e que nao tem nada de burra. Tem respostas de crianças mais velhas e apanha as coisas no ar. tem um problema quando a educadora ou auxiliar lhe chamam ela faz ouvidos de marcador. Não vai logo. É uma criança que dorme bem, consegue estar quieta a ver um dvd e brinca mto bem sozinha. É uma criança bastante activa e mto faladora e esperta. Será que a minha filha tem algum problema? Estou a ficar bastante preocupada. Ja nao sei o que fazer. Será que ela é hiperactiva? Ou tem algum problema?

Maria João Moura disse...

Olá Sandra,

Apenas pela descrição que faz, não será possível diagnosticar e muito menos dizer com certeza se a sua filha é ou não uma criança hiperactiva.
No entanto é de esclarecer, que as crianças em idades compreendidas entre os 2 - 4 anos e por vezes mais, têm na maioria das vezes comportamentos que podem facilmente ser confundidos com hiperactividade, mas que não deixam de ser mera ânsia de explorar o meio que as rodeia. À medida que vão descobrindo coisas novas vão ficando mais entusiasmadas e adquirem uma certa instabilidade motora que por vezes não é bem aceite na nossa sociedade compartimentada em pequenos espaços: apartamentos, escola, ausência e espaços ao ar livre, etc.
No entanto salienta que a sua filha acompanha essa instabilidade motora com comportamentos agressivos e de oposição. Neste caso, mesmo que não venha a ser diagnosticada futuramente a hiperactividade, esta situação deverá ser alvo de acompanhamento técnico para verificar se esses comportamentos não terão origem numa instabilidade emocional interna que depois se traduz nesses comportamentos. Nesse caso deverá apurar-se a causa dessa “possível” instabilidade interna de forma a evitar que esta se venha a desenvolver, acarretando consequências ao nível de relação consigo mesma e com os outros, dificultando assim a sua integração social.
Atenciosamente,
Maria João Moura

Anónimo disse...

Qual é o papel do psicologo?

Maria João Moura disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Sou mãe de 2 filhos, um menino de 9 anos e uma menina de 5 anos, o meu filho tem muita falta de concentração na escola, é um menino esperto mas não vai mais longe por causa da sua distracção. A menina é a que preocupa mais neste momento, pois era uma criança super divertida, estava sempre a cantar, foi para a escola com 3 anos e adaptou-se muito bem, andava sempre a cantar, super contente. Fui internada no hospital para uma cirurgia e ela foi para casa da avó uma semana e depois eu fui a ter com ela, enquanto estive a recuperar ela foi para a escola, ia triste mas tudo passava. Nas férias foi para os tempos livres com o irmão e deu-se muito bem, depois das férias de verão a adaptação não foi muito boa, mas deixei andar.
Agora fica a chorar, falei com a professora dela e ela também me disse que ela é autónoma, que faz tudo o que lhe mandam fazer mas com a educadora ao lado, na hora de comer chama pela mãe, não brinca com as outras crianças, fica triste, sem vida, já não inventa histórias para contar na aula, não ri. Em casa quer a minha presença constantemente, o qual eu não lhe dou sempre porque não posso, tenho sempre que fazer. Tem muitos ciúmes quando eu ou o meu marido damos um beijo, ou mesmo um abraço, fica irritada, chega a bater-nos, dar pontapés nas coisas e fica amuada até nós lhe darmos atenção.
Fico desesperada com esta situação, queria que ela volta-se a rir, a ser sociável, a brincar, a contar a suas histórias, é muito difícil ver a minha filha assim.

Peço ajuda nesta situação, não sei que fazer.

Anónimo disse...

Venho pedir o Se conselho para uma situação que estou a ter alguma dificuldade em lidar, passo a explicar: sou treinador de futebol e tenho um atleta que de um momento para o outro começou a ter sinais de paranóia em relação ao sangue, sempre que um colega tem sangue ou se vê sangue imagina logo que pode ter se contagiado e vai a correr fazer analises etc. , bom o problema é que a situação esta a agravar se e ele recorre a mim para o tentar ajudar mas o problema e que embora eu já lhe tenha explicado e mostrado documentos sobre a forma de contagio das doenças infecto-contagiosas e se demonstrar que não é possível o contagio mas mesmo assim ele fica em depressão e ate ter resultados de analises não descansa , sinceramente já não sei mais que possa fazer para o ajudar

fico a aguardar o seu conselho
obrigado

Anónimo disse...

Bom dia,

Hoje nas minhas pesquisas diárias em busca de ajuda para o meu filho G. encontrei o seu blog e achei muito interessante tudo o vi e li.
O G. é um menino feliz mas desde sempre muito precoce em tudo desde a fala, a leitura, tem um extenso vocabulário desde os 2 anos e começou a ler correctamente com 4 anos. Dentro das minhas possibilidades tentei sempre acompanhá-lo e dar-lhe o máximo de atenção.
Mas o problema que aqui se põe é a gaguez começou com 2 anos e meio consultei uma terapeuta que me disse que é normal nesta idade e ainda mais numa criança que falava como um adulto e tinha um pensamento e raciocínio muito rápido, de facto melhorou e passou maior parte da primária a gaguejar pontualmente. Voltou no ciclo e hoje está no 7º ano e dia para dia está mais grave, como sempre achei o G. um pouco nervoso e principalmente ansioso a semana passada levei-o a um neurologista que me encaminhou para um psicólogo onde irei sexta-feira dia 03.
Custa-me muito ver o G. assim sendo um aluno brilhante custa-me vê-lo desabafar comigo dizendo que hoje li muito mal ou estou nervoso porque vou ler um poema á turma ou perdi um jogo porque na altura de dizer o nome da minha colega simplesmente não consegui. A minha pergunta após este extenso desabafo é se por acaso estarei no caminho certo e se tem algum experiência de terapia para este problema.
Muito obrigado por me dar a oportunidade de me exprimir e da sua disponibilidade

Maria João Moura disse...

Boa tarde,

É sempre difícil apenas através de um resumo dizer qual é a causa da alteração de uma criança, já que podem ser vários os factores que originam uma alteração tão marcante como a que descreveu.
No entanto, pelo que me descreveu a alteração que ocorreu na sua filha, deu-se após ter estado internada uma semana, certo?
Uma criança sofre sempre um certo grau de angustia em relação à separação da mãe e medo de que a possa ter perdido para sempre. Esse “susto” que é temporário para a maioria dos adultos, numa criança de 5 anos não é processado de forma tão racional, pois com essa idade as crianças ainda não têm bem presente noções de tempo, e dizer-lhe que “já passou”, ou “não volta a acontecer”, não é suficiente, pois sempre que se afasta dela, vai sentir algo parecido ao que sentiu quando a separação se deu. Isso explicaria o facto de na escola chamar por si e pelo que percebi requerer a sua atenção permanente mesmo em casa.
É de salientar que esta breve explicação é com base apenas no que descreveu e não tendo avaliado a criança, não poderei garantir que esta seja a correcta. Isto só seria possível conhecendo a menina em todos os seus aspectos, desde o ambiente escolar ao familiar e depois sim, na posse de mais informação concreta do que se está a passar poder-se-á intervir correctamente de forma a se voltar a conseguir um equilíbrio emocional na criança.
No entanto o que descreve é uma criança que está em sofrimento, e deve-se agir rapidamente antes que a situação evolua negativamente. Neste caso seria aconselhável procurar ajuda profissional que avalie e acompanhe esta situação.

Com os melhores cumprimentos, na esperança de que tudo corra pelo melhor.

Maria João Moura disse...

Boa tarde,

A questão que coloca é muito pertinente, na medida em que o que descreve parece estar a agravar-se. À partida parece descrever uma situação de fobia ao sangue que normalmente poderá estar associado a casos de hipocondria. No entanto dada à pouca informação apenas poderei colocar hipóteses.
É importante para se perceber um pouco melhor, o que o jogador sente, saber a faixa etária em que se enquadra, pois se for adolescente, pode significar uma fase de transição, no entanto convém intervir com maior brevidade de forma a evitar o agravamento.
Também é importante perceber o seu percurso de vida. Perceber se está a acontecer algo pessoal na sua vida que explique o motivo pelo qual ele encara o sangue dessa forma contagiosa e repugnante. Por exemplo se tiver alguém próximo portador de alguma doença infecto-contagiosa, ou se estiver exposto de alguma forma a uma situação de risco, pode vir a desenvolver o tipo de comportamento que descreve.

No caso de um adulto, será então uma situação que já virá do passado na sua vida e a forma de intervir será diferente. No entanto existem terapias muito eficazes para estes casos.

Maria João Moura disse...

Boa tarde,

A gaguez quando não tem causas orgânicas, tem muito provavelmente uma causa ansiogénica, ou seja o que está por detrás do sintoma - gaguez é uma enorme ansiedade.
A ansiedade é algo que todos temos, em quantidades suportáveis, no entanto quando esta quantidade aumenta e se torna insuportável a nível psíquico pode começar a manifestar-se através de sintomas físicos. No caso do seu filho, parece ser através da gaguez a forma como ela se está a manifestar.
A causa dessa ansiedade é algo que só com acompanhamento por parte de um psicólogo se poderá verificar e trabalhar em conjunto com os pais a fim de a diminuir e consequentemente diminuir também o sintoma.
A ansiedade que o seu filho sente, traduz-se num sintoma muito visível aos outros (gaguez) e na fase da vida em que se encontra onde as interacções sociais e a competência perante os outros são de extrema importância para um pré-adolescente, esse sintoma acarreta muito sofrimento e quanto maior é a sua ansiedade / medo para não gaguejar, maior a probabilidade disso acontecer. É como um ciclo vicioso. Daí ser importante que procure ajuda profissional.
Espero ter ajudado. Tenho vindo a desenvolver o meu trabalho na área infantil e adolescente.

Atenciosamente

Maria João Moura disse...

Boa noite,

Esta resposta substitui a que foi removida acidentalmente dia 22 de Outubro e refere-se ao papel do Psicólogo.

O psicólogo é um técnico especializado que lida essencialmente com questões
psíquicas e emocionais do ser humano. Inicialmente através da técnica da
entrevista clínica e/ou avaliação psicológica ele poderá diagnosticar e
auxiliar a pessoa na identificação e tratamento do problema que a levou a
procurar ajuda profissional.
Neste blogue poderá encontrar mais informação acerca desta temática.

Atenciosamente

Anónimo disse...

Boa noite !!
Estou bem preocupada com minha filha. Ela tem dois anos e 4 meses entrou na escola há duas semanas no horário de 13:00 h às 17:00 , observei que ela está muito agressiva . A todo momento quer nos agredir, responde agressivamente a tudo que não lhe é negado ou quando é contrariada .
Antes de entrar na escola ela ficava na casa dos meus pais, pois trabalho fora . Os avós sempre lhe atenderam prontamente, chegando ao absurdo de fazer-lhe todas as vontades, pois ela não pode chorar .
Minha filha não era agressiva connosco, adultos mas com algumas crianças menores que ela, em especial minha sobrinha de 1ano .
Preciso de ajuda pois ela é filha única e nossa primeira filha .
Desde já agradeço a atenção

Maria João Moura disse...

Boa noite,
Todas as crianças para se sentirem estáveis necessitam que lhes sejam colocados limites e regras. É natural que elas tentem testar até onde podem ir, mas sem um limite imposto por um adulto a criança ficará perdida e não aprende a lidar com a frustração. Resultado disso será ela reagir de forma agressiva cada vez que é contrariada e se sentir que com essas birras ganha o que quer, a situação irá ser cada vez mais difícil de controlar.
Deve haver uma grande coerência por parte dos cuidadores, neste caso dos pais e avós. Por exemplo, se um adulto impuser uma ordem e o outro desautorizar, a criança ficará ainda mais baralhada e por sua vez mais instável.
Deve-se salientar que, com a integração na escola esse comportamento tenderá a manifestar-se ainda mais, pois ela irá estar obrigatoriamente em contacto com colegas e outros adultos que não lhe irão fazer todas as vontades. É aqui que ela poderá revelar uma grande intolerância à frustração e esse comportamento poderá colocar em risco uma boa integração social com os seus colegas e professores.
Não quero com isto dizer que a educação da criança se faça com base numa extrema autoridade onde tudo é proibido, pelo contrário, deve-se dar liberdade à criança para explorar o meio, mas ela tem que perceber até onde pode ir e só um adulto lhe poderá colocar esse limite. Ou seja, deve-se saber dizer NÃO de forma afectiva, mas firme, para a criança perceber que existe um adulto que lhe mostrará o caminho com confiança.
Agora de inicio, ao estabelecerem-se os limites é natural que o comportamento agressivo também aumente e faça algumas birras cada vez que não obtiver aquilo que quer, mas se perceber que não obtém com ele a satisfação imediata das suas vontades, esse comportamento também se irá alterar. É necessário que tenham paciência até ela aprender como é que as coisas funcionam na realidade.
Evitem passar de um extremo ao outro isto é, primeiro dão tudo e depois quando a situação já está demasiado descontrolada, passarem os pais também à agressividade (cenário que também é muito comum). Se queremos que os nossos filhos reajam de forma calma e equilibrada, devemos ser nós a dar esse exemplo, de forma a que eles possam aprender.
Espero ter ajudado a esclarecer o seu problema. Saliento que esta resposta apenas tem um carácter informativo e não serve de terapia, pelo que aconselho a procurarem ajuda técnica de forma a se fazer uma intervenção precoce.

Atenciosamente

Anónimo disse...

Drª Maria João
Preciso que me ajude em relação ao meu filho de 7 anos. Ele é uma criança que me parece não se ter desprendido do cordão umbilical. Qualquer coisa que queira, aconteça, etc, é a mim que se dirige tendo muito receio de ser ouvido por terceiros. Chora com muita facilidade e, principalmente, quando tem de entrar na sala de aula, receando de que me esqueça dele lá. Em termos de aprendizagem é muito fraquinho, conhece as letras, mas ainda não sabe ler nem escrever. Sinto que não tem interesse, porque o que ele mais deseja é estar em casa junto de mim e do irmão mais velho (12 anos). A presença do pai é-lhe de todo indiferente, creio eu que por motivos da ausência do mesmo, praticamente desde que nasceu. Infelizmente tou desempregada e creio ser esse o motivo pela qual se habituou à minha presença constante. Já o castiguei, mando-o para casa dos avós, tios, mas está sempre a desejar que eu chegue, tornando-se uma criança apática e por vezes embirrante para com os outros. Os amiguinhos convidam-no para festas e ele nunca quer estar presente. Que posso fazer? Acha que devo iniciar consultas num pedopsiquiatra?
Muito obrigada pelo tempo dispensado.

Maria João Moura disse...

Boa tarde,
Pelo que descreve, o seu filho parece sentir com mais intensidade a angustia de separação da mãe. Não tenho elementos para avaliar quais os motivos, nem isso poderia ser discutido num comentário. Mas essa dificuldade em separar-se do seu ambiente familiar acaba por torná-lo numa criança muito dependente e com dificuldades de integração social e escolar. O próprio insucesso escolar, pode ser uma consequência. Se a criança está na escola em sofrimento, logo não consegue ter a predisposição afectiva necessária que facilite a aprendizagem dos conteúdos escolares.
Numa situação destas convém intervir o mais rapidamente possível. É importante que um técnico a ajude a perceber a situação e a oriente de forma a auxiliar o seu filho no seu processo de aquisição de autonomia. A própria criança também necessitará de algum acompanhamento psicológico para ultrapassar esta fase. A terapia com crianças, faz-se numa interacção constante entre os pais/família, criança e psicólogo, para que todos possam beneficiar e aprender nesse processo.
Nunca é demais referir que estas respostas têm apenas um caracter informativo e não de diagnóstico ou terapêutico.
Espero que este esclarecimento seja útil de alguma forma, estando inteiramente ao seu dispor,
Atenciosamente,

Anónimo disse...

Boa tarde! Tenho um filho de 6 anos e aos 3, ele, começou a gaguejar, na época o pai dele apareceu com uma máscara de um bicho pra ele brincando e aí tudo começou, a partir daí iniciou a gaguejar. Levei a uma fonoaudióloga, melhorou, ela disse q não era nada organico e sim q ele era hiperativo, era pra mim levar num psicologo.Acabei q não levei e agora com 6 anos ele gagueja, está com dificuldade na escola, não aprende e os colegas estão na frente dele.Fica correndo na sala de aula, entra debaixo das carteiras, só q não aprende, não concentra nas atividades q é colocado a ele, começa fazer uma coisa e aí não termina.Meu esposo viaja a trabalho sempre e não sei se é por isso q ele se comporta assim na escola. Na verdade estou confusa. Ajude-me por favor. Obrigada. Gizelly, Rio de Janeiro-RJ.

Maria João Moura disse...

Boa noite ...
Se já existia um diagnóstico de hiperactividade aos 3 anos e não houve qualquer intervenção é natural que a situação se tenha agravado.
Uma criança hiperactiva não é menos inteligente do que as outras mas o seu estado de permanente movimento e desconcentração faz com que não consiga ter a mesma disponibilidade para apreender a matéria dada na escola. Daí serem frequentes as dificuldades escolares associadas à hiperactividade. A própria hiperactividade se faz sentir ao nível da fala, e na ânsia de falar muito depressa, poderá gaguejar. Aconselho-a a procurar um psicólogo, para que faça um diagnóstico mais recente e intervenha na problemática do seu filho antes que esta tome maiores proporções.

Atenciosamente,

Unknown disse...

Boa Tarde!

Sou Psicóloga da Saúde e gostaria de saber se a Drª me pode facultar sites aonde eu me possa inscrever em Formações na área da Psicologia.

Com os melhores Cumprimentos
Filipa Carvalho

Maria João Moura disse...

Bom dia Filipa,
Desde já a felicito pelo seu interesse em dar continuidade à sua formação.
Poderá consultar os departamentos de “Formação Contínua” em Universidades que tenham o curso de Psicologia. Existem várias empresas especializadas em formações na área, as quais poderá pesquisar através da Internet. Poderá também consultar o Portal da Psicologia: http://www.psicologia.com.pt/, que informa algumas formações que estão de momento a decorrer.
Atenciosamente

Anónimo disse...

Tenho 19 anos, engravidei com dezassete e a minha filha nasceu tinha eu já feito 18. Até ai tudo estava bem, O dia do nascimento foi magnífico e lindo para mim, ve la a crescer de dia para dia é a unica coisa que me mantém de pé ainda. Nao sei o que se passou comigo, mas hoje é o dia em que tenho medo de sair de casa de conviver e isto foi apartir de o dia em que tive uma crise de ansiedade, nao tou a saber lidar com esta situaçao sozinha mas até agora ninguém me ajudou e nem ajuda todos os dias choro e tenho a sensaçao que vou morrer, ja perdi vários quilos e olho me no espelho e já nao gosto do que vejo. Vivo com o pai da minha filha, mas até agora ele ja me deu alguns desgostos ja me traiu durante a minha gravidez, depois envolveu-se com a minha ex-encarregada enfim guardo tudo isto dentro de mim não consigo ser feliz. O meu passado também não foi la muito bom os meus pais são muito pobres e além de ter passado muitas dificuldades, o meu dia-a-dia era chegar a casa da escola e dar de caras com o meu pai a bater na minha mãe, ainda hoje acontece. Tou a chorar ja não consigo escrever mais nada. Eu gostava que alguém me ajudasse pois não sei mais o que fazer estou sozinha, a entar em desespero e sem forças para continuar, tenho medo de sair a rua sempre fui uma menina triste mas algum tempo que tinha encontrado um pouco de paz mas de um momento para o outro fiquei assim. Gostava de ouvir algo que me desse forças pois eu tou muito deseperada. Não tenho posses para procurar ajuda o que me está a dificultar ainda mais. Vou procurando algumas respostas em paginas identicas a esta. Por favor ajudem me.

Maria João Moura disse...

Boa tarde...
Pelo que descreve, a sua situação não é nada fácil. Ainda é muito nova, para suportar as responsabilidades e problemas que tem que enfrentar. Qualquer jovem que é mãe cedo necessita do apoio familiar que sirva de suporte e a ajude a enfrentar esse novo período. E pelo que descreveu a sua família também vive uma situação complicada. Uma crise de ansiedade, depressão, e perdas de peso foram as formas como a sua mente e o corpo responderam à situação que está a viver. É perfeitamente natural que não esteja a saber lidar com a situação sozinha, garanto-lhe que quase ninguém é. A procura de ajuda, nesta situação é essencial, pois estão em risco não só a leitora como a sua filha, que necessita que a mãe esteja bem e equilibrada para lhe transferir segurança e bem estar. Gostaria muito de lhe poder transmitir força, equilíbrio e segurança através de uma mensagem, mas isso não é possível. Para já, apenas lhe posso dizer que o ser humano tem na maioria das vezes recursos e forças que nem imagina quando surgem as piores situações, e precisa de se socorrer dessa força para a ajudar a atravessar esta situação. O 2º passo será mesmo pedir ajuda profissional.
Aconselho que procure acompanhamento psicológico. Refere não ter possibilidades para tal, mas existem Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) que têm psicólogos que a poderão ajudar. Se me enviar o seu e-mail com a sua localidade, tentarei ajudá-la e encaminhá-la para uma IPSS. Poderá contactar-me através do e-mail ou nº Tlm. Que se encontram disponíveis no site.
Atenciosamente,

Anónimo disse...

Boa tarde!!eu sempre gostei de ser psicologa..mas infelizmente ainda não consegui..mas é o meu sonho e eu irei conseguir..o problema,é que eu gostava de ajudar o meu namorado..ele ñeste momento não se encontra bem do foro psicológicico, ele enerva-se facilmente, leva tudo muito a serio o que dizem, sendo estas por vezes brincadeiras..eu gostava de dicas da Drª para poder ajudar o meu namorado a controlar-se .

RITA disse...

meu neto tem oito anos e desde dos seis meses os pais são separados, tive muitos problemas para conciliar a situação pois sei da importância da presença no pai na vida da criança, pois meu marido merreu com 27 anos, e eu criei o meu filho sozinha que na época só tinha 6 anos. Esse neto que estou falando é o primeiro e tem o nome do falecido marido, eu tenho um amor muito grande pelo mesmo, hoje os pais casaram-se novamente, o meu filho único tem mais dois filhos Renato e Isabela do segundo casamento e meu neto mais velho Eduardo veio para o aniversário da Isabela de 1 ano, pasou pouco tempo na casa do Pai que muito raramente frequenta pois, o menino mora no interior. O Eduardo levou a ir embora, alguns brinquedos do Irmão Renato, fiquei muito chocada pois meu filho me ligou pedindo para que eu ligasse para a mãe do Eduardo pedindo que mandase os brinquedos de volta não. Não quero que meu neto sofra essa decepsão, pois o mesmo já vive distante do convivio da familia ou seja, dos irmãos, do pai e da avó que sou eu. A mãe dele também casou e tem uma filha de 6 meses. O QUE VOCES ACHAM? Rita Ramos.

Maria João Moura disse...

Boa tarde,

Sempre que possível tento responder a todos os comentários, numa tentativa de esclarecer o leitor acerca de algumas temáticas, no entanto e mais uma vez reforço a ideia de que estas respostas não substituem em hipótese alguma um tratamento psicoterapêutico.

Se o seu namorado revela alguma problemática ao nível emocional / comportamental, deverá encaminhá-lo para um tratamento adequado (acompanhamento psicológico). Apesar de apreciar a área e sonhar em ser Psicóloga, isso só não dá o conhecimento necessário para intervir. Mesmo que fosse Psicóloga, se quisesse continuar a ser "a namorada", nunca seria aconselhado que interviesse junto do seu namorado, pois não tem o distanciamento necessário para o fazer e seria contra a ética deontológica pela qual nos regemos.
Atenciosamente,

Maria João Moura disse...

Boa tarde Rita,
Numa situação como a que descreve, é natural que uma criança se sinta confusa e em desvantagem em relação aos irmãos. É uma situação em que o seu lugar de pertença está um pouco confuso, sem saber muito bem onde se integrar. Podendo este cenário vir a contribuir para uma baixa auto-estima e sentimentos de desvalorização em relação a si próprio, será necessário que os pais saibam geri-la da melhor forma, fazendo sentir à criança que esta é tão importante para eles como os irmãos e que não é por os pais estarem separados que ele é menos amado. Poderão eventualmente ocorrerem sentimentos que revelem ciúmes e nesse caso é importante não criticar, nem culpabilizar. Será importante dar espaço para que a criança exteriorize o que sente, diminuído assim o seu sentimento de desvantagem em relação aos irmãos.
Se acha que os pais não estão a saber gerir a situação da melhor forma prejudicando o desenvolvimento da criança, sugiro que recorram a um técnico que irá intervir tanto na criança como nos pais auxiliando-os a lidarem melhor com a situação familiar actual.
Atenciosamente,

Liliana Calado disse...

Boa tarde Dra Maria João Moura,eu gostaria de saber se possivel se o Dr Eduardo Sá dá consultas no seu consultório,uma vez que segundo li,parece ser o coordenador pedagógico...Muito Obrigado.

Maria João Moura disse...

Boa tarde Liliana,
Devo frisar o seguinte:
- Como pode ver no Curriculum Vitae disponivel neste blogue o Dr. Eduardo Sá foi o coordenador da formação em Clinica do Bebé, da Criança e do Adolescente realizada no Instituto Superior de Psicologia Aplicada, da qual fui formanda.
- O Dr Eduardo Sá não é nem nunca foi meu "coordenador pedagógico", nem dá nem nunca deu consultas no meu consultório.

Atenciosamente,
Maria João Moura

Mónica disse...

Bom dia,
Estou a enviar este email como um pedido desesperado de ajuda.
Tenho um bebe de 5 meses e já não sei o que hei-de fazer mais. Ele nunca foi fácil para dormir, sempre teve um sono bastante agitado, remexendo-se bastante e choramingando. O problema é que com o tempo, em vez de melhorar (com a idade) ele tem piorado bastante.
Dorme sonos muito curtos quer durante o dia, quer durante a noite e mesmo que não o deixemos dormir durante o dia a noite é igual. Antigamente era só ir lá colocar-lhe a chupeta e ele voltava a ficar (por vezes, apenas 10, 20 minutos, mas ficava).
Agora, quando acorda não quer mais dormir… seja à hora que for… Já aconteceu às 05.00h, às 02.15h… enfim a qualquer hora.
Esta situação está a tornar-se insuportável, e eu não sei mais o que fazer… já é muito tempo e eu e o meu marido sentimo-nos exaustos.
Mesmo para o Rodrigo é complicado, porque eu já vi vários programas na TV que referem a importância do sono nos bebes e crianças e o que é certo é que ele não descansa.
Esta situação já se "arrasta" há 5 meses...

Pode-nos ajudar, por favor?

Obrigada,
Cumprimentos
Mónica

Maria João Moura disse...

Boa tarde Mónica,

Obrigada pelo o seu contacto.

Percebo como deve estar angustiada com a situação que descreve, mas em primeiro lugar é importante manter a calma. Digo isto, porque a própria ansiedade dos pais nestes casos pode ainda agravar mais a situação. Respire fundo e pense que existe solução.

Existem alguns dados importantes que neste momento não possuo e que seriam importantes para avaliar toda a sua situação em concreto. Exemplos: como decorreu a gravidez, o parto, os primeiros dias, tanto ao nível do sono como da alimentação, como decorreu e/ou está a decorrer a amamentação do bebé , se dorme sozinho no seu quarto ou no quarto dos pais, etc. É ao que os psicólogos chamam conhecer a “anamnese” da criança, uma ferramenta sem a qual o técnico não poderá emitir um diagnóstico, entre outras que ache necessárias.

Ao fim de 5 meses já deve ter consultado o seu pediatra e parto do pressuposto que as causas não são de ordem física. Se não o fez, deve fazer isso o mais brevemente possível.

Para já ficam aqui algumas dicas para lidar já com a situação ao nível emocional: o contacto táctil com o bebé é muito importante. Tente adormece-lo ao colo entre 20 a 30 min.. e só depois é que o irá deitar. Porque a criança nos primeiros 20m, está apenas no sono breve e acorda com facilidade, deve esperar pelo sono profundo Além de que nesta idade são ainda muito pequenas para serem deixadas sozinhas a dormir, pois necessitam de aconchego e segurança por parte dos pais, em especial da mãe, para depois mais tarde já conseguirem enfrentar a angustia da separação que o “deitar” provoca. E isto não é só válido para a noite. De dia quando vão dormir também sentem esta separação.

Tente ao máximo criar rotinas e horários certos tanto para a alimentação, banhos ou para o deitar. Rotinas que devem ser cumpridas quer para os pais ou para a criança. Estas rotinas irão organizá-la a si, deixando-a mais segura e vão organizar a vida da criança.

Um bonequinho de peluche, ou almofadinha (desde que sejam pequenos para não atrapalharem o acto de dormir e não sejam perigosos quanto a uma suposta sufocação) também ajudam a criança no acto de dormir. Para o bebé é como se fosse um substituto da mãe, e um organizador emocional que ajuda a criança a enfrentar o sentimento de angustia de separação que poderão sentir ao deitar. Poderá também auxiliar com um pouco de música muito suave. Os bebés são muito sensíveis a duas coisas: à música e ao contacto táctil. Estas indicações não servem só para auxiliar o sono. A mãe/ pais devem manter sempre esta postura de calma e suavidade e contacto com o bebé, para minimizar qualquer sensação de desamparo emocional: lembre-se que o bebé esteve durante 9 meses num ambiente muito aconchegante e que satisfazia todas as suas necessidades, quer de temperatura, alimento, embalo, etc. É impossível igualar essas condições e nem é isso que se pretende, pois a criança está a crescer e precisa de se habituar a condições menos favoráveis No entanto há que passar por uma fase de transição, certo?

Possivelmente a Mónica já é uma mãe que faz isto tudo, mas desta vez faça-o sem ansiedade. Não existem mães perfeitas, nem isto é uma prova de fogo à sua competência como mãe. Pelo contrário, qualquer mãe zelosa e preocupada (principalmente se for o 1ºfilho) poderá vir a ter este problema. Se verificar que a situação com o bebé não se altera, ou que os pais sentem demasiada ansiedade e preocupação para a enfrentarem sozinhos, devem procurar ajuda especializada. Não deixem esta situação de insónia precoce arrastar-se de forma a não originar perturbações do sono futuras. E quanto mais cedo perceberem o que está na origem dela, mais cedo ficam descansados por resolverem o problema.

Se necessitar de mais alguma informação, poderá contactar directamente o e-mail ou o contacto telefónico.

Atenciosamente,
Maria João Moura